Fonte: A Bola Online
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
A história do futebol e a sua relação com Cascais
Fonte: A Bola Online
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Cascais: do séc. XX à actualidade
Segue-se um período de intensa construção nas zonas conquistadas ao pinhal, às terras de lavoura e às pedreiras, facilitada, desde 1940, pelo fácil acesso rodoviário proporcionado pela estrada marginal, junto ao mar. O concelho assume-se, então, como centro turístico de primeira ordem, recebendo durante e depois da II Guerra Mundial um elevadíssimo número de refugiados e exilados, de entre os quais importa destacar os Condes de Barcelona, o Rei Humberto II de Itália, Carol II da Roménia e inúmeras figuras do panorama desportivo e cultural.
Ainda hoje Cascais continua a manter esta vocação de espaço de acolhimento, norteando a sua actividade turística e cultural pelos critérios de qualidade exigidos pelos seus frequentadores.
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Cascais: do período dos descobrimentos ao séc. XIX
No ano de 1580 as tropas espanholas, sob o comando do Duque de Alba, desembarcam em Cascais, conquistando a fortaleza e saqueando a vila. Também sob o domínio filipino, em 1589, aquando da tentativa gorada da conquista de Lisboa conduzida por D. António, Prior do Crato, os soldados ingleses que o acompanham pilham a povoação.
Consciente das deficiências defensivas da região, D. Filipe I mandará levantar a Fortaleza de Santo António do Estoril e abaluartar a antiga torre joanina de Cascais, que passa a ser conhecida por Fortaleza de Nossa Senhora da Luz. Não obstante, após a restauração da independência, em 1640, procede-se à edificação de uma vasta linha defensiva no litoral concelhio, ampliando-se e restaurando-se as fortificações existentes e construindo-se mais de uma dezena de baluartes, sob a direcção do Conde de Cantanhede, encarregue da defesa da barra do Tejo, porta de acesso à cidade de Lisboa. De entre as estruturas então levantadas importa destacar a Cidadela de Cascais que, construída junto à Fortaleza de Nossa Senhora da Luz, reforça consideravelmente a defesa deste ponto estratégico da costa.
Ainda que se tenha empenhado sobretudo no desenvolvimento do Concelho de Oeiras, Sebastião José de Carvalho e Melo, Conde de Oeiras e depois Marquês de Pombal, apresenta-se como um dos principais defensores da vinha e do vinho de Carcavelos, devendo-se-lhe, ainda, a concessão de benefícios para a edificação da Real Fábrica de Lanifícios de Cascais, em 1774. Todavia, aquando do terramoto de 1 de Novembro de 1755 a vila fora quase totalmente destruída, hecatombe a que se seguirá a ocupação durante a primeira invasão francesa (1807-08) e o período das lutas liberais, sabendo-se que durante o reinado miguelista a Fortaleza de Nossa Senhora da Luz será utilizada como prisão dos seus opositores. A decadência da povoação acentua-se, ainda, com a extinção das ordens religiosas instaladas no concelho e a retirada do Regimento de Infantaria 19.
A partir de 1859, com o início da construção da estrada ligando a vila a Oeiras e, depois, da estrada até Sintra, Cascais parece libertar-se da estagnação. Em 1868 surge o Teatro de Gil Vicente e dois anos depois a Família Real decide tomar banhos de mar em Cascais, adaptando os aposentos do Governador da Cidadela a Paço Real. A vila transforma-se na rainha das praias portuguesas, enquanto o surto vilegiaturista imprime um rápido desenvolvimento a toda a orla costeira concelhia, coadjuvado pela inauguração do primeiro troço de caminho-de-ferro entre Cascais e Pedrouços, em 30 de Setembro de 1889.
É este o período do florescimento dos Estoris. Primeiramente o Monte Estoril, sob o impulso de uma poderosa companhia; depois São João do Estoril, onde triunfa um individualismo secundado pela fama dos Banhos da Poça. Desponta, ainda, a nova Parede, projectada por Nunes da Mata, pelo que as antigas povoações do interior tendem a secundarizar-se, fenómeno a que se associam, mesmo, sedes de freguesia como Alcabideche e São Domingos de Rana. Carcavelos mantém-se como terreno privilegiado para a vinha, não obstante o crescimento da localidade também dever ser explicado por intermédio da fixação da colónia britânica que desde 1872 explora o cabo submarino a partir da Quinta Nova de Santo António, depois dos Ingleses.
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Cascais no início da nacionalidade
Na segunda metade do século XII, Cascais é uma pequena aldeia de pescadores e lavradores. O topónimo Cascais parece, mesmo, derivar do plural de cascal (monte de cascas), o que se deve relacionar com a abundância de moluscos marinhos aí existentes. Ainda assim, o território que actualmente alberga o concelho é sobretudo habitado no interior, denunciando a hegemonia das actividades agrícolas e o receio dos ataques dos piratas mouros e normandos.
Administrativamente dependente de Sintra, de cujo termo faz parte, Cascais, em consequência da privilegiada situação geográfica da sua baía, transformar-se-á num porto de pesca concorrido. Neste contexto, em 7 de Junho de 1364 os homens bons de Cascais obtêm de D. Pedro I a elevação da aldeia a vila que «houvesse por si jurisdição e juízes para fazer direito e justiça e os outros oficiais que fossem cumpridores para bom regimento deste lugar», comprometendo-se a pagar anualmente à Coroa duzentas libras de ouro, para além daquilo que já despendiam, o que parece atestar a riqueza da região, certamente proveniente do pescado.
O castelo deve ter sido construído depois desta data, visto que em 1370, ano em que se forma o termo de Cascais, D. Fernando pode doar o castelo e lugar de Cascais a Gomes Lourenço de Avelar, como senhorio, sucedendo-lhe, entre outros, o Dr. João das Regras e os Condes de Monsanto, depois Marqueses de Cascais. Entretanto, apesar da conquista e saque do castelo pelos castelhanos em 1373 e do bloqueio do porto em 1382 e 1384, assiste-se ao crescimento de Cascais no exterior das muralhas e à criação, ainda nos finais do século XIV, das paróquias de Santa Maria de Cascais, São Vicente de Alcabideche e São Domingos de Rana.
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Os árabes em Cascais
A presença árabe legará abundantes topónimos, como, por exemplo, Alcoitão ou Alcabideche, terra natal do poeta Ibn Muqãna que, nascido no início do século XI, se referiu à sua vivência agrícola e aos seus moinhos de vento:
«Ó tu que vives em Alcabideche
Oxalá nunca te faltem
Nem grãos para semear,
Nem cebolas, nem abóboras.
Se és homem de decisão
Precisas de um moinho
Que funcione com as nuvens
Sem necessidade de regatos.»
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Os romanos em Cascais
Como testemunhos do período romano importa recordar as villae de Freiria (São Domingos de Rana) e de Casais Velhos (Charneca), assim como o conjunto de dez tanques descobertos na Rua Marques Leal Pancada, em Cascais, parte de um complexo fabril para a salga de peixe. O domínio romano também se faz sentir ao nível da toponímia (caso de Caparide, proveniente do latim capparis, que significa alcaparra) e através de algumas inscrições, maioritariamente funerárias.
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Localização e Pré-história
Pré-história
A ocupação humana na área que hoje constitui o Concelho de Cascais parece remontar ao Paleolítico Inferior, como o atestam os vestígios encontrados a norte de Talaíde, no Alto do Cabecinho (Tires) e a sul dos Moinhos do Cabreiro. Durante o Neolítico assiste-se ao estabelecimento dos primeiros povoados e à utilização de grutas naturais (como as do Poço Velho, em Cascais) e artificiais (como as de Alapraia ou São Pedro), para o culto dos mortos. Os corpos são, então, aí depositados juntamente com oferendas votivas, prática que se manterá para além do Calcolítico.
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O Conselho de Cascais - uma breve resenha histórica.
O Concelho de Cascais – Breve resenha histórica
Encontram-se vestígios de fixação de populações no concelho de Cascais desde a pré-história. Estes vestígios, (que normalmente se vão sobrepondo uns após outros nos mesmos locais), remontam ao Paleolítico, contudo, os vestígios mais importantes são do período calcolítico (período de transição entre o neolítico e a idade do bronze, caracterizado pelo início da utilização do cobre, a que se segue depois o bronze e finalmente o ferro), de há cerca de 4.000 anos atrás, época a que pertencem os povoados da Parede e do Estoril, e as grutas naturais e artificiais utilizadas como necrópoles: Porto Côvo (a Norte de Alcabideche), Poço Velho (no centro da vila), Alapraia (perto de S. João do Estoril) e S. Pedro do Estoril. Das suas escavações saiu um importante espólio cerâmico, do qual fazem parte magníficos vasos campaniformes com decoração geométrica, alguns únicos no mundo pelo seu modelo e dimensões. Os espólios destas escavações encontram-se na sala de Arquelogia Eugénio Jalhay e Afonso do Paço, do Museu Condes de Castro Guimarães, que foi ináugurada a 5 de Abril de 1942. Os materiais de Porto Côvo foram para o Museu dos Serviços Geológicos. De Alapraia destacam-se, os vasos campaniformes, as sandálias em calcário, as placas de xisto, os ídolos cilíndricos, uma lúnula em calcário. Dos achados de S. Pedro sobressaem, as taças de pé, os anéis de ouro em espiral. Do espólio do Poço Velho salientam-se, os micrólitos (pequeno sílex talhado - denunciando uma época mais recuada), os “coelhos” em osso.
Também são inúmeros os vestígios romanos. Os romanos ocuparam a região no século I da nossa era, tendo a população indígena sofrido desde logo um processo de romanização. No povoado de Casais Velhos (Areia - perto do Guincho), datado do século IV, encontraram-se termas bem conservadas e tanques destinados provavelmente a tinturaria. Também na Sala de Arqueologia, Eugénio Jalhay e Afonso do Paço, se encontra material do período romano proveniente das escavações: de Casais Velhos, da necrópole tardo-romana de Talaíde, das villae do Alto do Cidreira (Carrascal de Alvide) e de Freiria (S. Domingos de Rana). Existe também no Museu uma secção lapidar ao ar livre que inclui a maior parte das inscrições romanas encontradas no Concelho, sobretudo epitáfios datáveis do século I d.C. Nessa secção existem igualmente diversas pedras decoradas atribuíveis ao período visigótico, assim como cabeceiras de sepulturas medievais.
Nas escavações realizadas na porta existente do Castelo encontraram-se cetárias romanas, tratando-se de parte de um complexo industrial para salga e fabrico de pastas de peixe, o que evidencia a utilização de Cascais como porto de pesca e local de existência de uma indústria conserveira romana, de preparados piscícolas e peixe salgado. Neste local detectaram-se ainda indícios de outras construções de boa qualidades, com funções que actualmente se desconhecem (entre outros vestígios, foi encontrado um capitel de coluna toscana, idêntico a outro encontrado na villa romana de Freiria).
Em Cascais encontram-se igualmente vestígios visigóticos e muçulmanos. Pensa-se que a Igreja Matriz se encontra no local onde existiu uma necrópole visigótica. Para além da toponímica há notícias de uma torre moura que ruíu com o terramoto de 1755, e da qual existe um desenho datado de 1594 atribuído a Filipe Tércio.
Em relação aos muçulmanos os vestígios são variados, mas destaca-se a povoação de Alcabideche e o seu conhecido poeta Ibn Mucane.
Do antigo Castelo Medieval, (cuja fundação ainda não de encontra datada, levantando-se as hipóteses de ser moura, visigótica ou mesmo romana, visto que parte das muralhas assentam directamente sobre vestígios da época romana), destruído na sua maior parte no terramoto de 1755, resta apenas um troço da muralha e uma torre, (que se pode ver na rua Marques Leal Pancada) vendo-se de um lado uma pedra de ombreira para a tranca e do outro o brasão dos Castros. Mais acima vê-se um arco de entrada para o castelo (tendo no entanto as escavações realizadas comprovado que torre ainda existente é a primitiva torre-porta do castelo, que sofreu diversas alterações, devido à necessidade de a adaptar às tácticas de guerra dos períodos seguintes, em que as armas de fogo passaram a ter maior predominância). O antigo castelo ia da rua Marques Leal Pancada até perto das muralhas da cidadela onde está actualmente a casa do Conde de Monte Real.
Ainda (na opinião de Guilherme Cardoso), os números um e dois do actual Largo Luís de Camões são construções quinhentistas, sucessivamente reconstruídas. No edifício das Finanças (no largo 5 de Outubro), uma recente sondagem arqueológica revelou, no seu subsolo uma sucessão de ocupações que remontam ao final do século XV.
Bibliografia:
ANDRADE, Ferreira de, Cascais, Vila da Corte, Oito Séculos de História, Câmara Municipal de Cascais, 1990 (Edição fac-similada 1964)
COLAÇO, Branca de Gonta, e ARCHER, Maria, Memórias da Linha de Cascais, Câmara Municipal de Cascais, Câmara Municipal de Oeiras, 1999 (Edição fac-similada 1943)
ENCARNAÇÃO, José da, Cascais, guia para uma visita, Câmara Municipal de Cascais, Cascais 1983.
SILVA, Raquel Henriques da, Cascais, Editorial Presença, Lisboa, 1988
ARQUIVO DE caSCAIS, Boletim Cultural do Município, nº12, 1996, pp 127 a 145 - Escavações Arqueológicas junto à torre-porta do Castelo de Cascais, de João Cabral e Guilherme Cardoso
folhetos da Sala de Arqueologia Eugénio Jalhay e Afonso do Paço, ed. Câmara Municipal de Cascais